Novas Diretrizes de Diagnóstico do Diabetes 2025
3 de junho de 2025

Diagnóstico de diabetes é um dos temas mais cobrados em provas médicas — e no Revalida, não é diferente. A cada edição, é comum vermos questões envolvendo glicemia de jejum, hemoglobina glicada, testes de tolerância à glicose e os famosos sintomas “P”. Mas, a partir de fevereiro de 2025, uma atualização oficial nas diretrizes mudou pontos importantes sobre diagnóstico, rastreio e periodicidade de avaliação do diabetes mellitus tipo 2.

Se você é médico estrangeiro se preparando para a revalidação no Brasil, atenção: essas mudanças já estão válidas para as próximas provas, e compreender esses ajustes é essencial para não errar questões simples por desatualização.

Neste artigo, você vai entender:

  • Quais são os novos critérios diagnósticos, incluindo a inclusão do teste oral com leitura de 1 hora;
  • Quem deve ser rastreado e quando repetir os exames, com base em fatores de risco e scores;
  • Como o FINDRISC, um escore europeu, foi incorporado às diretrizes brasileiras;
  • E o mais importante: como isso tudo pode ser cobrado na prova do Revalida.

Vamos direto ao ponto, com explicações didáticas, exemplos práticos e uma abordagem alinhada com o estilo das questões do INEP. Afinal, aqui no Mundo Revalida, o nosso objetivo é facilitar sua jornada rumo à revalidação médica no Brasil.

Por que o tema é essencial para o Revalida

O diabetes mellitus tipo 2 é um dos temas mais frequentes em provas de revalidação médica. Isso se deve ao seu alto impacto em saúde pública, à prevalência crescente na população brasileira e à ampla possibilidade de cobrança em diferentes áreas: clínica médica, saúde coletiva, ginecologia e até pediatria.

No Revalida, as questões clínicas costumam exigir não apenas conhecimento técnico, mas também interpretação de diretrizes atualizadas. Por isso, ignorar mudanças como as divulgadas em fevereiro de 2025 pode comprometer seu desempenho, mesmo que você domine os conceitos antigos.

Além disso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), responsável pelo Revalida, frequentemente contextualiza suas questões com base em cenários clínicos reais. Isso significa que, mais do que decorar valores de referência, você precisa entender quando e por que solicitar determinados exames, como interpretar os resultados e quais condutas seguir — exatamente o que mudou com as novas diretrizes.

Portanto, se você quer responder com segurança às questões que envolvem rastreio, diagnóstico e acompanhamento do diabetes, dominar as atualizações de 2025 não é apenas desejável — é obrigatório.

Resumo das principais mudanças nas diretrizes

As diretrizes de fevereiro de 2025 trouxeram atualizações importantes na forma como o diagnóstico do diabetes tipo 2 deve ser feito. Embora muitas bases tenham sido mantidas, alguns pontos foram ajustados para refletir evidências mais recentes, tornando o processo mais sensível, preciso e aplicável à prática clínica.

A principal mudança está relacionada ao teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Até então, o exame era realizado com leitura da glicemia após duas horas da ingestão de uma solução açucarada. No entanto, as novas diretrizes incluem uma nova leitura após apenas uma hora, com um ponto de corte específico.

Essa modificação é significativa por três motivos:

  1. Mais sensibilidade e acurácia: a leitura de 1 hora mostrou-se superior à leitura de 2 horas na detecção precoce de alterações glicêmicas;
  2. Maior comodidade para o paciente: o tempo total do exame é reduzido pela metade;
  3. Redução de custos e melhora na adesão: o exame mais curto tende a ser mais viável em larga escala, especialmente em contextos de saúde pública.

Importante destacar que o teste de 1 hora não substitui totalmente o de 2 horas, mas passa a ser mais uma ferramenta válida no arsenal diagnóstico. A diretriz atual reconhece as duas formas de aplicação, com valores de corte distintos, o que amplia as possibilidades de diagnóstico sem comprometer a segurança.

Além do TOTG, outras áreas também foram ajustadas, como:

  • Critérios para início do rastreio;
  • Periodicidade da repetição dos exames;
  • Inclusão de novos fatores de risco;
  • Utilização do escore FINDRISC como ferramenta de triagem.

Nos próximos tópicos, vamos detalhar cada uma dessas mudanças e mostrar como elas se aplicam tanto na prática médica quanto em questões do Revalida.

Critérios atualizados para diagnóstico do diabetes

As diretrizes atualizadas de 2025 mantiveram os critérios clássicos para o diagnóstico do diabetes tipo 2, mas introduziram um novo ponto de corte com base na leitura de 1 hora do teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Isso amplia o leque de possibilidades diagnósticas, oferecendo maior sensibilidade e adaptabilidade à prática clínica.

A seguir, estão os critérios atualizados, com os respectivos valores que caracterizam diagnóstico de diabetes:

  • Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL
    Realizado após pelo menos 8 horas de jejum. Deve ser repetido para confirmação, exceto em casos com sintomas clássicos.
  • Glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL + sintomas clássicos (poliúria, polidipsia, polifagia, perda ponderal)
    Esse é o único critério que não exige confirmação com novo exame. A presença dos sintomas já configura diagnóstico definitivo.
  • Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5%
    Considerada uma ferramenta prática e confiável, principalmente quando associada à glicemia de jejum alterada.
  • TOTG com leitura de 2 horas ≥ 200 mg/dL
    Continua sendo válido como critério diagnóstico, como nas diretrizes anteriores.
  • TOTG com leitura de 1 hora ≥ 209 mg/dL (nova inclusão em 2025)
    Essa é a grande novidade. A leitura após 60 minutos mostrou-se mais sensível e eficaz, ganhando espaço como novo critério validado.

Apesar da variedade de testes possíveis, o diagnóstico de diabetes requer a confirmação de pelo menos dois exames alterados em dias diferentes — exceto nos casos com sintomas clínicos evidentes, como já citado. Essa abordagem evita diagnósticos precipitados baseados em variações pontuais da glicemia.

Outro ponto relevante é o reconhecimento de situações intermediárias, como resultados alterados em apenas um teste. Nesses casos, o paciente não é classificado como diabético, mas deve ser reavaliado com atenção, o que será abordado no tópico de periodicidade.

Com esses ajustes, o objetivo da diretriz é tornar o diagnóstico mais precoce, personalizado e seguro, refletindo melhor os diferentes perfis clínicos dos pacientes.

Quem deve ser rastreado: indicações atualizadas

O rastreio do diabetes tipo 2 é uma estratégia fundamental para o diagnóstico precoce, especialmente em uma doença que costuma ser silenciosa por muitos anos. As diretrizes de 2025 mantêm critérios clássicos de indicação para rastreio, mas também introduzem novidades importantes, como a inclusão do escore FINDRISC e uma abordagem mais estratificada por risco.

Indicações de rastreio obrigatórias

De acordo com as novas recomendações, o rastreio deve ser feito nos seguintes casos:

  • Todos os adultos com 35 anos ou mais, independentemente da presença de outros fatores de risco;
  • Indivíduos com menos de 35 anos, desde que apresentem:
    • Sobrepeso ou obesidade (IMC ≥ 25);
    • Mais um fator de risco adicional, como:
      • Hipertensão arterial (≥ 140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos);
      • HDL < 35 mg/dL e/ou triglicerídeos > 250 mg/dL;
      • História familiar de diabetes em parente de primeiro grau;
      • Doença cardiovascular estabelecida;
      • Síndrome dos ovários policísticos;
      • Sedentarismo;
      • Acantose nigricans (resistência insulínica visível).

Esses critérios são considerados de bom senso clínico e, em muitos casos, podem ser identificados diretamente nos enunciados das questões do Revalida, mesmo sem que os fatores estejam expressamente destacados.

O que mudou: introdução do escore FINDRISC

A principal novidade das diretrizes é a inclusão do FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score), um escore europeu de risco para diabetes tipo 2. Ele passa a ser considerado uma ferramenta válida para decisão de rastreio, mesmo na ausência de idade avançada ou obesidade.

Quando o paciente apresenta um FINDRISC classificado como “alto” ou “muito alto”, o rastreio deve ser feito independentemente da idade ou IMC.

O escore leva em conta fatores como:

  • Idade;
  • IMC;
  • Circunferência abdominal;
  • Nível de atividade física;
  • Hábitos alimentares (ingestão diária de frutas, legumes e grãos);
  • Uso prévio de medicamentos para hipertensão;
  • Histórico de glicemia elevada;
  • História familiar de diabetes.

Embora o candidato ao Revalida não precise memorizar o escore, é importante reconhecer sua presença em enunciados e entender que um FINDRISC alto já configura indicação para investigação.

Essa inclusão permite um rastreio mais personalizado e baseado em risco real, evitando tanto o subdiagnóstico quanto o excesso de exames em populações de baixo risco.

Novidade: inclusão do escore FINDRISC

A introdução do escore FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score) nas diretrizes de 2025 representa uma mudança significativa na forma como o rastreio do diabetes tipo 2 deve ser conduzido. Até então, os critérios eram centrados em fatores clínicos e laboratoriais mais objetivos, como idade, IMC e histórico familiar. Com a nova diretriz, a triagem passa a considerar também uma ferramenta de estratificação baseada em estilo de vida e risco global.

O que é o FINDRISC?

Trata-se de um escore originalmente desenvolvido na Finlândia para prever o risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos. Ele é simples, rápido e baseado em perguntas diretas ao paciente. A pontuação é feita a partir de oito critérios:

  1. Idade
  2. Índice de massa corporal (IMC)
  3. Circunferência abdominal
  4. Prática de atividade física regular
  5. Consumo diário de frutas, vegetais e grãos integrais
  6. Uso atual ou prévio de medicamentos para hipertensão
  7. Histórico de glicemia elevada
  8. História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau

Cada item possui uma pontuação específica. A soma total classifica o paciente em faixas de risco: baixo, moderado, alto ou muito alto.

Como o FINDRISC impacta o rastreio?

De acordo com a nova diretriz, pacientes classificados com risco alto ou muito alto no FINDRISC devem ser rastreados para diabetes imediatamente, mesmo que não tenham 35 anos ou estejam dentro do peso ideal.

Isso significa que o rastreio deixa de depender apenas de critérios fixos e passa a considerar o contexto individual. É uma mudança que reforça a personalização do cuidado e torna o processo mais racional.

Preciso memorizar o escore para o Revalida?

Não. Assim como explicado no podcast e nas aulas do Mundo Revalida, não é necessário decorar os pontos de cada item do FINDRISC. Em provas como o Revalida, a tendência é que o enunciado forneça as informações necessárias para você reconhecer se o escore é alto.

O mais importante é entender a lógica clínica: um paciente jovem, com IMC elevado, hábitos alimentares ruins, sedentarismo e histórico familiar de diabetes provavelmente será descrito em um caso com FINDRISC alto — e, portanto, indicado para rastreio, mesmo que tenha menos de 35 anos.

Essa é uma abordagem cada vez mais comum nas provas, que exigem raciocínio clínico aplicado mais do que memorização mecânica de escalas.

Periodicidade do rastreio: 4 cenários possíveis

Além de definir quem deve ser rastreado, as diretrizes de 2025 também atualizaram quando o rastreio deve ser repetido, com base nos resultados obtidos e no perfil de risco do paciente. O modelo anterior, que previa rastreios fixos em 1 ou 3 anos, foi substituído por uma abordagem mais personalizada, dividida em quatro cenários clínicos distintos.

1. Rastreamento negativo e baixo risco: repetir a cada 3 anos

Se o paciente apresenta exames normais (glicemia de jejum, hemoglobina glicada e/ou TOTG dentro dos valores de referência) e possui menos de três fatores de risco, o intervalo recomendado para repetição do rastreio é de 3 anos.

Esse grupo inclui pessoas com baixo risco metabólico, estilo de vida saudável e sem histórico familiar relevante. O objetivo é evitar rastreios desnecessários e priorizar recursos para grupos de maior risco.

2. Rastreamento negativo com risco aumentado: repetir anualmente

Mesmo que os exames estejam normais, pacientes com três ou mais fatores de risco ou com FINDRISC alto ou muito alto devem repetir o rastreio anualmente. Isso se justifica pelo risco elevado de evolução para pré-diabetes ou diabetes em curto prazo.

Esse cenário é comum em pessoas que ainda não são classificadas como doentes, mas já apresentam sinais clínicos ou comportamentais que indicam maior chance de desenvolver a doença.

3. Pré-diabetes confirmado: repetir anualmente

Pacientes que apresentam exames na faixa de pré-diabetes — por exemplo, glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, hemoglobina glicada entre 5,7% e 6,4%, ou TOTG alterado sem atingir valores diagnósticos de diabetes — devem ser reavaliados anualmente.

Essa periodicidade visa monitorar a progressão e permitir intervenções precoces, como mudanças no estilo de vida, para prevenir a evolução para diabetes tipo 2.

4. Resultado inconclusivo (1 exame alterado): repetir em 6 meses

Essa é uma nova categoria introduzida nas diretrizes de 2025. Ocorre quando o paciente apresenta um exame alterado com valor compatível com diabetes, mas os demais estão normais ou apenas na faixa de pré-diabetes.

Exemplo: glicemia de jejum de 127 mg/dL, mas hemoglobina glicada e TOTG normais. Nesse cenário, não é possível confirmar o diagnóstico, mas há sinal de alerta. A recomendação é repetir os exames em 6 meses, para esclarecer se o quadro está em progressão ou foi um achado isolado.

Como essas mudanças podem aparecer na prova do Revalida

As diretrizes de 2025 sobre diagnóstico e rastreio do diabetes tipo 2 não foram feitas apenas para a prática clínica — elas são altamente cobradas em provas como o Revalida, que valorizam atualizações recentes e aplicabilidade no raciocínio médico.

O estilo da prova elaborada pelo INEP costuma trazer casos clínicos contextualizados, onde o candidato precisa interpretar dados laboratoriais, sinais e sintomas, e decidir pela conduta mais adequada. Por isso, compreender essas novas diretrizes é fundamental para:

  • Identificar corretamente os critérios diagnósticos atualizados, inclusive o novo ponto de corte de 209 mg/dL no TOTG com 1 hora;
  • Entender quando o rastreio é obrigatório, mesmo na ausência de idade avançada ou obesidade, especialmente com o uso do escore FINDRISC;
  • Determinar a periodicidade correta do rastreio com base em achados clínicos e laboratoriais, sem se confundir com regras antigas.

Exemplos de como pode cair:

  • Um paciente de 33 anos, com IMC 32, hipertensão e acantose nigricans. A questão pode perguntar: “Há indicação de rastreio para diabetes neste caso?”
  • Um TOTG com glicemia de 212 mg/dL após 1 hora. O enunciado pode questionar: “Esse resultado é suficiente para o diagnóstico de diabetes?”
  • Um paciente com hemoglobina glicada de 6,5% e glicemia de jejum normal. A questão pode explorar: “É necessário repetir os exames? Qual a conduta mais adequada?”
  • Descrição indireta do FINDRISC elevado (ex: paciente sedentário, má alimentação, familiar com diabetes), onde o candidato precisa reconhecer a necessidade de rastreio mesmo sem valores laboratoriais.

Dica para a prova:

O INEP não exige que você memorize fórmulas ou decore escalas complexas. O mais importante é reconhecer padrões clínicos e saber interpretar os achados fornecidos no enunciado. Se a questão mencionar sintomas clássicos (poliúria, polidipsia, perda ponderal), entenda que o diagnóstico pode ser fechado com apenas uma medida de glicemia ao acaso ≥ 200 mg/dL.

Ao longo do exame, os enunciados “cantam a bola”. Eles entregam as pistas para que você raciocine com base nas diretrizes atuais — desde que você esteja bem atualizado.

Conclusão

As novas diretrizes para diagnóstico e rastreio do diabetes tipo 2, atualizadas em fevereiro de 2025, trazem mudanças importantes que todo candidato ao Revalida precisa dominar. A inclusão da glicemia de 1 hora no TOTG, a adoção do escore FINDRISC e a nova lógica para periodicidade do rastreio são avanços que tornam a abordagem clínica mais precisa, mas também mais exigente do ponto de vista interpretativo.

Em resumo, você deve sair deste artigo sabendo:

  • Quais são os novos critérios diagnósticos válidos;
  • Como e quando rastrear pacientes, com base em idade, fatores de risco e pontuação no FINDRISC;
  • Quando repetir os exames, considerando os quatro cenários principais;
  • E principalmente, como tudo isso pode ser cobrado na prova do Revalida.

Estar atualizado com essas diretrizes não só aumenta sua segurança para lidar com pacientes na prática, mas também pode ser o diferencial entre um acerto e um erro na prova.

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